terça-feira, 22 de maio de 2012

Respostas


Por Edson Moura
 
Os olhos daqueles homens deixavam transparecer o ódio que permeia o coração da raça humana. Enquanto por outro lado o seu rei, vestido à caráter expressava o verdadeiro sentimento de amor que o criador pode desprender à criatura. Em seus pensamentos a pergunta era: “Será Pai, que eles realmente não sabem o que fazem?” De repente suas indagações foram interrompidas por mais um açoite.

Meu Deus! Pensou Ele.

Quanta brutalidade, quanta revolta?

Mas Isaías já havia falado que seria assim, só não imaginava que doeria tanto. Não a dor física, pois de fato sou experimentado nas dores, mas sim a dor do coração. Eu amo tanto essas pessoas, e gostaria tanto que eles não sofressem por não conhecê-lo. Tem que haver outra maneira.

Talvez se nós abríssemos o céu, e os deixássemos ver que tudo que tenho dito é verdade. Que a terra prometida à Moisés um dia estará debaixo de seus pés. E os anjos, ah os anjos! Certamente eles crerão!

Oh Filho! Não te lembras quantas coisas eu já fiz? Lembra-se daquele dia em que nós abrimos um mar inteiro para esse mesmo povo passar? Nada disso adiantou.
E aquela vez que tive que parar o universo para que a luz do sol permanecesse brilhando durante toda a batalha? Eles sabem que Eu fiz isso.
Digo-lhe mais Filho:

Mesmo depois de tudo isso que você terá que passar, muitos ainda não crerão. Você sabia dos riscos. Você sabia que este teu ato, só surtiria algum efeito alguns anos depois. Este povo não entende agora, e não entenderá quando você vier para mim.
Os meninos já estão preparados, eles farão um bom trabalho. Três anos caminhando com você foram suficientes para eles conhecerem a mim.

Muitos vão acreditar mais neles do que em Ti, e isso será um problema, mas depois de algum tempo o povo, não esse, o outro, vão perceber que Eu sou amor. Começarão a questionar se eu ordenei mesmo aquelas carnificinas, ou se eles usaram meu nome para cometerem os mais cruéis assassinatos.

O Saulo mostrará que o amor é o único sentimento que os salvará de si mesmos. Ah Saulo, Saulo! Como você vai padecer meu menino.

Outro açoite a trouxe de volta à realidade.

O homem dizia que não achava culpa nele, queria soltá-lo.
Mas a turba enfurecida, pedia para crucificá-lo.
Os soldados não viam a hora de levantar mais um no madeiro, era a melhor parte, pois o malfeitor já não tinha mais forças para reagir devido aos golpes que levara, então era fácil bater alguns pregos e deixá-lo sangrar até a morte.

Para o governador tanto fazia matar este ou aquele, mas ele queria mesmo é matar o outro, o assassino. A multidão pedia para soltar o outro, e ele cedeu aos pedidos.

Pai! Sei que não preciso pedir isso. Mas perdoa-os, eles não sabem o que fazem.
Não vejo nenhum rosto conhecido, aliás, não vejo mais nada, finalmente a dor está diminuindo e as vozes estão ficando cada vez mais distante.
Como eu amo essas pessoas!
Como eu amo o senhor meu Pai!
Esta é a resposta para todos aqueles que no futuro perguntarão:

Deus nos ama?

“Está consumado!”

Escrito por Edson Moura São Paulo, 02 de Janeiro de 2010 às 01:02 AM

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