segunda-feira, 21 de maio de 2012

Paz em meio aos conflitos


Tempos bons onde apenas acreditava que existia um Deus
A inocência era uma benção, a ignorância também
Fiz um esforço e relativizei a História, inseri pensamentos meus
Questionei o Céu, o Inferno, o Juízo Final, o além
Vou tentar descrer, mas não vou prometer sucesso
Vai ser difícil, foi o que disse, sei que vai doer
Um amor de tanto tempo não se acaba assim, de uma hora pra outra
Chorei milhões de lágrimas de solidão, de desamparo, de angústia
Será que o tempo vai poder secar? Na verdade não sei, mas vou tentar mesmo assim

A paixão que sentia por Deus mais parecia uma enchente
Nas minhas orações eu sempre pedi pra encontrar sentido para minha fé
Alguém de verdade que eu pudesse amar, uma explicação para minhas dúvidas
Não entendia porque inocentes morriam tão jovens, e culpados perpetuavam sua prole

Não me digam que não me esforcei, eu sempre fiz o impossível pra entender
Mas minha capacidade de raciocínio lutava constantemente com suas palavras
Te dei tanto amor, mas você nem ao menos me deu um sinal de existência
A saudade já foi embora, e confesso que sofri menos do que imaginava

A solidão não me destruiu quando te abandonei, mas destruiu você
Já que não quero ter de volta aquele sentimento ilusório
Quero ser feliz, quero ser triste, quero ser bom, quero ser mau, quero ser eu
Eu fui tão verdadeiro, mas você não, vou não existia fora da minha cabeça
Hoje escrevo como se falasse com alguém, mas não se enganem
Semelhante a um homem que vai pular em lava incandescente, assim sou eu
Escrevo num papel minhas últimas palavras, mas sei que ninguém vai ler
Esta conversa estou tendo apenas comigo, eu, sozinho e em paz
Poderá alguém encontrar o bilhete e dizer que eu tive fé no ultimo momento
Mas será mentira, posso até ser louco de falar sozinho, prefiro ser considerado néscio
Prefiro que falem que já não tinha domínio sobre minha mente
É melhor do que ser lembrado como crente
Edson Moura

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