segunda-feira, 21 de maio de 2012

Morte aos ateus



Por Edson Moura

Pobres de nós ateus que, como cordeiros ingênuos, caímos em covis de lobos ferozes. Pobres de nós ateus que somos vilipendiados pelos intolerantes crentes, e não temos nem sequer a oportunidade de manifestarmos nossa opinião, pois tudo que falamos é tolice. Crentes estes que esqueceram que divino era só o mestre Jesus, e eles, assim como nós ateus, tombaremos sobre a mesma terra, apodreceremos à medida em que somos devorados pelos vermes. Vermes estes que, ao contrário do que disse o messias, acabará ao ver que nada de nós existe mais para ser comido.

Pobres de nós ateus, que no início de nossa descrença ficávamos preocupados com o fato de nossas atitudes estarem fazendo mal aos irmãos que ainda crêem. Pobres de nós ateus que não falamos para nossos filhos e para nossas velhas e crentes mães que DEUS NÃO EXISTE. Pobre de nós ateus que nos calamos quando lá dentro, uma vós implorava para que gritemos nos ouvidos dos crentes que nos aporrinham com suas idiotices, que Jesus não salva ninguém, que céu é lugar de zumbi, e que é preciso ser por demais burro para acreditar em histórias tão absurdas como as que são contadas na Bíblia "Constantinizada".


Pobre de nós ateus que sofremos... sim, sofremos ao ver que não adianta nada falar que a ilusão da fé é o maior freio-social que já puderam inventar. Sofremos por ver nossos irmãos... sim, irmãos, padecerem nas mãos de pastores, padres, líderes espirituais de todos os tipos, sendo levados para um caminho de negação, auto-flagelação de consciência, repressão de desejos humanos...demasiado humanos, estoicismo em pleno século XXI e falência de intelecto.

Pobre de nós ateus, que não queremos o mal de ninguém, que procuramos viver em paz com todos, que desejamos ajudar, ou melhor, agimos em prol daqueles que necessitam de auxílio, seja ele financeiro, sentimental, ou moral. Pobre de nós ateus que não oramos para que o mundo se torne um lugar tolerável, ao contrário disto, nos empenhamos em deixar filhos melhores para este mundo e não um mundo melhor para filhos maus. Pobre de nós ateus, que não temos ajuda de cima, que não somos socorridos por deuses, que não somos protegidos por um criador.

Pobre de nós ateus, que olhamos para o céu e só vemos o negro do espaço disfarçado de azul pelas muitas camadas de atmosfera, não olhamos além disso, não esperamos ser notados, estamos sós, e sós estaremos sempre... pobre de nós ateus.

Pobre de nós ateus, que não nos prendemos a histórias antigas, daquelas que as crianças fantasiam e acabam por usá-las como fuga de seus medos. Pobre de nós, que não conhecemos os mistérios do reino, que não temos sobre nós o sangue do cordeiro, que seremos atirados no lago de fogo e enxofre, apenas para satisfazer os caprichos desse deus mesquinho e mimado chamado Jeová.


Pobre de nós ateus, que desejamos que vivam, e vivam com abundância, enquanto para nós é desejado apenas a morte... a pior delas, a saber, a morte da alma. Pobre de nós ateus que já ardemos em fogueiras "santas", queimados como hereges...mal sabendo eles que os hereges são todos aqueles que acendem a pira. Pobre de nós ateus que não cremos em nada e mesmo assim nos chamam de filhos do demônio. Será que eles não percebem que o "demônio" aplaude e faz festa ao ver um irmão condenar o outro ao "inferno"?

Pobres, sim, somos pobres ateus, mas não apreciem estas linhas com o lamentos, e sim como regozijo, pois são justamente estes pobres ateus que experimentarão as maravilhas do mundo, que errarão tentando acertar, que perder-se-ão buscando novos caminhos, que perguntarão e não obterão respostas, que não se conformarão com o mal deste mundo, mas antes, se transformarão pela renovação constante de seu entendimento, experimentando assim, a boa, perfeita e agradável vontade da existência humana.


Enfim...
Pobre de nós ateus que não temos crise de consciência, somos ateus, e eu pelo menos, pregarei o ateísmo até a minha morte. Morrerei negando a existência de qualquer tipo de deus. Nego-me a desperdiçar minha última palavra com algo que não seja: "Deus não existe". Aliás...consciência? O que é isto senão uma maneira mais educada, e polida para disfarçar a palavra...COVARDIA.

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