"Meu herói"

Que falta eu sinto, de quando o senhor lembrava-se de mim...
Quanta saudade tenho, das suas estórias para eu dormir...
Lembro-me claramente, quando a luz se apagava e o senhor me divertia, fazendo desenhos no ar com uma ponta de cigarro acesa...
E quando me dizia: Edinho...onde foi que você aprendeu a fumar meu filho?
E eu dizia...Ora, com o senhor pai!...


E com o senhor também aprendi ser honesto...aprendi dar valor a cada centavo suado que ganhamos...
Aprendi que ninguém tem o dever de ser sábio...bonito...ou rico, mas todos nós temos a obrigação de sermos bons.
Seus cordéis ainda martelam em minha cabeça pai!
Seu cheiro de suor ficou gravado para sempre em minha consciência.
Nossas piadas era tão engraçadas...e o senhor era mestre em contá-las.


Hoje, infelizmente, elas já fugiram de você...e provavelmente não voltarão.
Por que Pai?
Por que o senhor se deixou abater tanto?
Por que o senhor se entregou desse jeito ao álcool?


Mas também me pergunto:


Por que, nós seus filhos, permitimos que chegasse a este ponto?
Me perdoe pai!
Sei que não sabe mais o que significa esta palavra “perdoar”, mas ainda assim, sempre pedirei perdão.
Hoje o senhor já não mais controla seus pensamentos, seu corpo, sua vida...


Hoje precisa de estranhos para até mesmo alimentar-se...
Onde estão os filhos?


José Vitor! Em breve você não estará mais aqui conosco. Mas seus atos...seu jeito de ser...sua integridade, permanecerá comigo.
O senhor é para mim pai...o maior homem da face da Terra!
Pena que nenhuma de suas mulheres percebeu isso!
Pena que nem todos os filhos perceberam, que tinham ao lado um homem que sabia amar...


E por amor...padeceu!


Te amo Pai!



Edson Moura 

 

 

sábado, 27 de fevereiro de 2010