segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A primeira mentira sempre nos deixa a um passo da segunda

Por Edson Moura

Ser alguém, alguém importante, é o desejo de todo homem. Uma tarefa deveras difícil devo dizer, pois o mundo em que vivemos é tão competitivo que precisamos muitas vezes apelar para nossas imaginações, criando assim, uma personalidade que possivelmente nos baterá na face cedo ou tarde. É como um pai, desejando chamar a atenção de seu filho, inventa estórias para atraí-lo. Atitudes assim parecem ser tão inocentes, tão isentas de maldade, que não nos damos conta quando o abismo chamado mentira precipita a confiança que tínhamos de nossos filhos.

Transparência é a mais bela cor que nossos filhos devem ver em nossas performances. Me apavora pensar que meus filhos, por minha culpa, mintam para seus amigos dizendo que o pai dele é um dos maiores sommelieres de São Paulo, que atende celebridades em seu restaurante, e que as pessoas fazem fila para serem atendidas por ele. O choque para uma criança, que vê a verdade emergir em plena sala de aula, quando seus amiguinhos o desmascaram é massacrante.

A frustração se apossará de sua pequena alma. A decepção com a figura paterna demorará anos para passar, e talvez nunca passe. Imagino os filhos de muitos políticos que aparecem na mídia, com suas fotos estampadas na primeira página de jornais, escândalos de corrupção, crimes contra a sociedade, sociedade esta da qual fazem parte os pais dos colegas de escola. Quem poderá calcular o tamanho da vergonha que sentirão? Qual psicólogo vai conseguir devolver a esta criança a confiança em seu pai? Contará ele também mentiras? Possivelmente.

Um jogos de espelhos sem igual, isso é o que é. Às vezes somos enganados também, é sem querer passamos adiante algo que não é verdade. E como uma bola de neve que não para de crescer à medida em que desce a montanha, a estória viaja pelo mundo, pelo nosso pequeno mundinho. Já disseram que uma mentira dá a volta ao mundo mesmo antes de a verdade vestir os sapatos, e isto é uma verdade. Invariavelmente um dia a verdade aparecerá, e se isso não acontecer é porque o seu criador viveu intensamente tentando proteger daqui e dali seu conto. Uma vida de preocupação, um eterno caminhar em ovos, esquivando-se constantemente de situações que possam comprometê-lo.

Uma luta sem contra a famosíssima “Lei de Murph” . Este adágio popular da cultura ocidental que afirma que se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará, ou, se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em conseqüências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la. Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível". Assim, inutilmente, tentamos burlar os acontecimentos.

Portanto, o melhor a fazer é evitar os exageros. Não colocar glamour demais em “causos” que contamos, para que não caiamos na ingênua crença de que crimes perfeitos existam. Falem a verdade para seus filhos e amigos, mesmo que a verdade às vezes o coloque bem lá embaixo, e a admiração por você não seja a principal característica de seus companheiros. Fazendo isso, é bem possível que seja admirado um dia, principalmente quando seus filhos crescerem e entenderem que seu pai nunca foi bonito, rico, e importante, mas foi honesto consigo mesmo, sendo esta a única obrigação de um ser humano.

Um ótimo exemplo disso que vos escrevo está bem explicitado no filme “O resgate de um campeão”, estrelado por Josh hartnett e Samuel L. Jackson, baseado numa história real. Quem puder assistir, eu recomendo, é lindo o filme.

Edson Moura





5 comentários:

  1. Seu texto é muito importante .
    Meu sentimento nesse mundo blogueiro
    é a falta de comentários em nossas postagens.
    Gosto de blog onde fala de Deus a gente le e fica feliz em segui um blog com esse maravilhoso conteúdo.
    Venha conhecer meu cantinho e que Deus abençoe tremendamente sua vida beijos.
    Evanir

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  2. Exatamente Leví, captou muito bem a cerne do artigo.

    Abraços meu mestre Bornzeado

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  3. “Jesus era conhecido em toda Galiléia, fez milagres em plena luz do dia, pregava nas sinagogas, andava na casa de um e de outro, batia de frente com os líderes fariseus, ou seja, figurinha carimbada na Palestina. Por que diabos então Judas precisou identificá-lo com um beijo? Historinha mais mal contada esta.”
    O Provocador

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  4. Seu Provocador de merda. Se queres divulgar seus ridículos aforismos, sugiro que use o Twitter...é mais eficiente. Agora, vir até aqui, colar uma de suas postagens e sair de fininho, não é atitude de gente inteligente. Todos sabem o quen to odeio spans.

    faça o seguinte, leia o texto (e não somente o cabeçalho do Blog), e se discordar, comprazer aceitarei suas críticas, sejam elas educadas ou agressivas ao extremo. Não tenho medo de você, até porque sou tão perverso quanto tu.

    Dei-lhe um crédito agora, pois, se quisesse provocá-lo também, era só ignorar seus comentários e deix-a-lo no esquecimento. Tenho certeza que muitos dos meus amigos os quais você provocou, já foram no seu blogzinho de bosta para espiar. Ou seja, caíram na sua teia. Tenho que confessar que também passei por lá, mas não farei novamente, se depender de mim, seu nome nunca estará no topo de google.

    Acredito que sua maior raiva seja o fato de já existir outro Provocador, este, muito mais famoso que você. Aceite que é um anônimo, e escrevendo assim, nunca deixará de sê-lo. Aprenda a usar as 23 letras de nosso alfabeto, para escrever todas as palavras do mundo, e não para ofender pessoas que não te fizeram nada.

    Quer continuar comentando, pode continuar, não apagarei nenhum comentário, nunca fiz e nunca farei isso. mas não espere que eu perca o pouco tempo que tenho respondendo às suas bobagens.

    Noreda somu Tossan

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  5. Noredinha querido, que belo texto, como seria bom se muitos pais pudessem ler sua postagem e descobrir que eles serão amados exercendo apenas a função de Pai. Que o filho precisa realmente é poder dizer eu tenho um Pai.

    "Não mintais uns aos outros".

    Beijo amigo.

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