quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Santa Trindade"


Por: Edson Moura

Já escrevi sobre o inferno
Escreverei também sobre céu
Só quero escrever liberto
Usando de algum cordel
Sofrendo como um artista... que perdeu seu pincel


Compareço ao “tribunal”
Resolvi abrir o verbo
Insinuo que não é real
Suspeito sim desse Credo.
Tentamos achar normal
Outrora foi natural...acreditar no decreto.


Finalmente vou lhes contar
Inspiro o ar com vontade
Lamento contrariar
Historiadores sobre a trindade
O tema pode gerar... massiva incredulidade.


Devemos reconhecer... que Bíblia nenhuma vez
Ensina que nosso Deus...é um que pode ser três.

Diante de tais propostas
Espero não ser queimado
Um Livro que dá respostas
Sustenta o tema abordado.


Mastigue com paciência...as linhas que lhe escrevo
Espero que a consciência...Liberte quem está preso .


Procure as refutações
Estou aberto a mudanças
Respondo sempre as questões
Deixadas com elegância
O intuito das reflexões
É livrar-nos da ignorância.


Sabendo que corro o risco...até mesmo de estar errado
Escrevo porque preciso...saber como foi criado
Nosso credo da trindade...Decretado por Constantino
Homem pagão na verdade...desde que era menino
Originando a cristandade...piorada por João Calvino
Recuso-me crer que a trindade...tem na Bíblia o seu ensino.


Que Deus abençoe a todos!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Teimosias do coração"



Por: Edson Moura

Descobri que o amor deixa saudades
Quisera na vida nunca ter amado alguém
O amor penso hoje, caba no rol das vaidades
Se não tivesse amado tanto, hoje viveria bem

Teria evitado desilusões e muita dor
Nunca meu coração viveria amarrado
A essa ilusão que muitos chamam amor
Viveria feliz sem me sentir rejeitado

Mas a lembrança não me deixa esquecer
Esses tempos bons que infelizmente findaram
Pois o amor nem sempre é como se quer
E nossos beijos e carícias também se acabaram

Guardo em meu peito lembranças de nossa juventude
Como um sonho que passou e não voltará
Nossos corpos, nossas mãos, nossas inquietudes
E o desejo louco que não mais se saciará

Foram tempos maravilhosos que vivemos
Hoje estou triste sem amor para amar
Acabar com essas lembranças não podemos
Porque mesmo sofrendo ainda quero lembrar

Quem dera a morte extirpasse minha dor
Quem sabe o Pai com sua Divindade
Quem dera a vida me desse outro amor
Ou talvez o Filho em sua humanidade

No momento certo me consolarão
Uma pessoa então surgirá do nada
E no lugar da dor brotará paixão
E minha efêmera vida será iluminada

Descobri que a saudade é a prova de que amei
Espero nascer de novo pra amar novamente
Única pessoa Por quem chorei
Sempre foi nesta vida meu melhor presente

Recado do autor:
Aproveitem a poesia, pois vem “bomba” por aí!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A cocaína evangélica


Por: Edson Moura

Antes de iniciar o texto sobre a minha opinião quanto a esse assunto tão delicado que é a pregação de mensagens evangélicas, gostaria de fazer algumas observações sobre meu post anterior, “Lamentações de um pai”.
Escrever poemas hoje em dia é um grande desafio. Poetas e “aspirantes” como eu, parecem ter de justificar, a cada verso, o sentido do que estão enfrentando, sobe o risco de entrarmos num beco sem saída.

O drama da poesia está justamente, em definir o que o autor está querendo dizer com o texto, e se ele tem algum valor de uso, já que muitas vezes caminha na contramão do que o senso comum acha ético.
Poesias são para se pensar, e não para se entender, como diz meu pastor.
Não desistirei de escrever poemas, pois é necessário que meu leitor saiba que por traz de textos muitas vezes pesados, e considerados “carnais demais”, existe um ser humano, que está sujeito às mesmas intempéries que todos seus pares.

Não é uma máquina quem escreve neste blog, e sim, dois jovens (pelo menos o Marcio é jovem) que já passaram por inúmeras situações e gostariam de contribuir com os irmãos suas experiências muitas vezes doloridas.
Obrigado por todos que ainda não perderam a sensibilidade e ainda vêem numa poesia, o desabafo da alma do poeta.
Mas vamos ao texto.
Às vezes eu penso que seria melhor deixar o “barco rolar”...deixar tudo como está, afinal de contas, se as pessoas estão felizes dessa maneira, ouvindo seus pastores falando de coisas que as deixam eufóricas, e com mais vontade de Deus, que mal há?
Só que existe um detalhe:

Quando não se fala de relacionamento, amor ao próximo, caridade (diferente de filantropia).
Quando não é ensinado que, o ser cristão, não é necessariamente um requisito para a felicidade e nunca mais sofrer. Quando não é dito que, mesmo “servindo” a Deus, poderá vir e certamente virão os “dias maus” como disse Paulo...
Então eu volto para o chão e vejo que muitos cristãos hoje, estão totalmente despreparados para sofrer...condição essa, que nos aproxima mais uns dos outros.
Riquesa...nos afasta das pessoas.
Classe social...nos afasta.
Cor...nos afasta.
Nível intelectual...também nos afasta.

O sofrimento não, ele nos faz ver que somos iguais. “A dor dói com a mesma intensidade em toda carne”.

Volto então a escrever contra a perniciosa “teologia da prosperidade” onde estão embutidos os seguintes pensamentos:

-Achar que crente não fica doente.
-Que ungido de Deus não é tocado.
-Que pobreza é sinônimo de provação. (Quando muitas vezes é só falta de capacitação profissional)
Esses são apenas alguns dos sofismas criados por pregadores avivalistas da atualidade.
Tema esse muito bem abordado no livro: “A arte dos sofistas na pregação pentecostal” de Esdras Gregório, um jovem autor autodidata e membro da Assembléia de Deus de Campinas.

O Esdras expõe de forma contundente o comportamento, tanto do pregador, quanto do ouvinte ingênuo desses profissionais do púlpito. O livro é uma “pérola” para todos que também não coadunam com o mercantilismo que se tornou a pregação do Evangelho no Brasil. (A editora é Jeová Nissi Rio de Janeiro ano 2008)
Trechos do Livro:
Desde que a pregação seja “bíblica”, o pregador acha que pode ser, sem ser “anti-biblico”, “extra-biblico” à vontade e fazer as conjecturas mais inimagináveis, acreditando que isso se justifica, porque parte de um texto das Escrituras sem adulteração. Para isso os sermões sobre passagens do antigo testamento, caem como luvas, pois a possibilidade de usá-lo de forma arbitrária, por causa da sua natural ambigüidade, favorece que ele diga um monte de coisas, apoiando-se em um texto bíblico.

Neste caso a imaginação predomina e a bíblia se torna a fonte de sermões bonitos que nos encantam, e não manancial de Vida e Conduta. Toda pregação pentecostal avivalista parte de um pressuposto, o qual é um problema ou uma necessidade, e oferece uma solução, como se o Evangelho fosse uma panacéia para as tristezas e as dificuldades dos homens, e não o perdão e a cruz de Cristo, outorgada e imposta sobre Seus discípulos.
A pregação se torna uma promessa sobre determinadas condições:
Realizar sonhos, resolver problemas e garantir vitórias.
Pelo ínfimo preço de:
Dar alguns “Glórias a Deus”, e “Aleluias” (Pág. 96)

No entanto, se as pregações modernas em vez de nos preparar para o mundo real, com todas as suas dores e desilusões, tem-nos dado, analgésicos e narcóticos. Ou é porque os pregadores não aprenderam ainda o que é carregar a cruz de Cristo e ser peregrino errante nessa terra, ou porque são médicos e farmacêuticos, que vivem das nossas doenças! (Pág.111)
Basta ler os sermões dos heróis da fé protestante para perceber o quanto são vagas as pregações pentecostais modernas. A mensagem avivalista é “tão boa” e tão ruim quanto ler, de uma só vez, uma caixinha de versículos de promessas. Ela diz tudo e não diz nada ao mesmo tempo, porque é composta de verdades fora de ocasião, desvinculadas de um preceito maior e manipuladas para causar reações. Tais verdades não produzem, na mesma medida em que são prometidas e determinadas, as bênçãos idealistas e “transcendentais”, em uma realidade “fatalista”, demasiadamente comum e trivial das vítimas dessas pregações, que latem, latem, mas não mordem. (Pág. 123)
Como vocês viram nesses pequenos trechos do livro, ele retrata uma realidade que muitos evangélicos já não conseguem mais ver (Boa parte deles na verdade não querem ver), pois o sofisma criado pela elegância da pregação “conferencista” passa a ser a verdade absoluta na vida da alma oprimida pelas agruras da vida.
Agradeço ao Esdras pela permissão me dada para usar partes de sua obra neste meu artigo. (Quem quiser conhecer um pouco mais sobre esse jovem autor, visite o blog http://cristianismoa-religioso.blogspot.com/
Que Deus continue nos unindo!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lamentações de um pai

A impressão que eu tenho é que eles não precisam de mim
Posso até ser criticado e chamado de insensível por agir assim
Mas é exatamente por causa da minha sensibilidade que eu me distancio deles
Pois a distancia me faz suportar com mais braveza a saudade que sinto daqueles

Como posso não amar aquilo que é fruto do meu amor?
E que vão sempre habitar no mais profundo do meu coração por onde eu for
Um dia é bem possível que eu me arrependa muito dessa minha atitude
Então vou poder entender quantas bobagens fazemos em nossa juventude

Será um milagre se eles já adultos, sentirem amor por mim
E compreenderem os reais motivos que me fizeram agir assim
Anelo que eles conheçam, assim como eu conheci, o grande amor de Deus
E não se tornem por culpa do pai, em incrédulos ateus

Espero também, que eles descubram que aquilo que Deus é, foi demonstrado nas obras de Jesus
Que por amor a humanidade, entregou seu corpo pra ser pendurado na cruz
Que eles aceitem a verdade, de que não é o sangue escorrendo do alto do madeiro
Que revela o amor escandaloso do único Deus verdadeiro

Mas sim o perdão depreendido pelo messias àqueles que lhe faziam mal
Mostrando que o amor de Deus realmente é incondicional
Gostaria de ter apenas uma fração dessa capacidade de perdoar
Mas por me faltar essa tão bela qualidade, só me resta esperar

O tempo se encarregará de me ensinar, talvez da formas mais doloridas
Que um pai jamais deve se afastar de seus filhos, causando em todos feridas
Que pode até se curar, pois o tempo também é aliado
Mas a cicatriz ficará, no coração do filho magoado

Deus em sua eterna morada deve sentir minha dor
Pois também se afastou de um filho, e até lhe negou seu favor
Mas a causa de Deus era nobre, salvar a humanidade
A minha é até egoísta, não passa de vaidade

Espero que me perdoem, todos que estão lendo
É que nenhum de vocês sabe, o tanto que estou sofrendo
Os dias se tornam meses, mas não consigo acostumar
A viver longe dos filhos, que nunca deixei de amar

Essas são as lamentações de um pai desesperado
Que chora quando se lembra, o quanto agiu errado
Com os filhos com a esposa com os pais e os irmãos
Cedendo aos desejos carnais, do enganoso coração

Terminarei este ensaio, com os olhos fitando o céu
Que começou até poema, mas terminou em cordel
Agradeço a Jesus Cristo, que em meio à provação
Concedeu-me um amigo, que me vale mais que um irmão

Seu nome não vou falar, mas saibam que não é velho
Ele me ajuda a escrever no blog outro evangelho
Ele me disse que gostaria, de não ser tão racional
Que quando era mais moço, era mais emocional
Eu lhe digo amigo irmão...pra você se comover
Assim como este amigo...também vai ter que sofrer

Lamentações de Edson Moura

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"A Dor"


Por Edson Moura

Ele grita o nome de sua mãe!

Mãe! Faça essa dor passar, por favor! Eu já não estou mais agüentando!


Ele nunca pensara que iria ter que suportar esse tipo de sofrimento. Algum sábio de sua época, dissera em certa ocasião que a angústia, e o sofrimento, estava intrínseco na vida do ser humano, mas ele não imaginava que aconteceria daquela forma, não naquela madrugada fria, que só fazia aumentar a sensação de dor.


Os amigos não podiam ajudá-lo, aliás, nem um deles estava por perto na hora em que ele mais precisava.


O irmão mais novo tentava consolá-lo dizendo:

Fique calmo irmão, logo isso tudo vai passar. Já mandei nossa irmã buscar ajuda, ao menos um “anestésico romano” (uma mistura de vinho e mirra, usado para entorpecer os condenados à morte), só lhe peço que beba, não recuse, pois não quero vê-lo nessas condições.

Enquanto se contorcia tomado por uma dor lancinante, lembrou-se daquela vez em que por descuido, martelou o dedo enquanto fabricava uma cadeira na oficina de seu pai. E também daquela outra vez em que uma farpa de madeira entrara bem por baixo de sua unha fazendo-o chorar.

Mas agora era diferente, bem diferente de tudo pelo que já havia passado. Já não conseguia abrir os olhos, a cabeça doía como se estivesse presa em um torno e alguém apertasse cada vez mais.

Sua mãe sentia-se totalmente incapaz de livrá-lo disso, pois sabia desde que ele nascera, que mais cedo ou mais tarde iria passar por essa aflição.


É o destino, é a vida. Pensava consigo.


Ela também relembrava de quantas vezes seu menino caíra jogando bola com os outros garotos, e voltava para casa aos berros, mas bastava um beijinho no arranhão e pronto, já saía correndo para retomar a brincadeira.


Mas agora era sério.

Ele já é um homem, não tinha mais motivos pra fazer “dengo”. Ele realmente estava no seu limite.

Onde está meu pai? Esbravejou ele.

Por que ele me abandonou nessa hora?

Será que ele não entende que eu estou a ponto de morrer?

Nesse exato momento seu pai irrompe casa adentro trazendo consigo uma silhueta, que ele não conseguia distinguir quem era.

Filho!

Este é Lucas.

Dizem que ele é um ótimo médico.


Ele sabe o que fazer para acabar com seu sofrimento.

Então o homem se aproximou da beirada do leito do rapaz de 19 anos e disse:

É! Não tem jeito mesmo.

Vamos ter que extrair esse dente Jesus.

domingo, 6 de dezembro de 2009

"O futuro para Deus...o Deus do futuro...o futuro sem Deus"

Por: Edson Moura

Futuro!...Eis aí um tema que inquieta a todos. Para um cristão da atualidade, perguntar se Deus conhece todo o futuro, é perda de tempo, pois sua resposta certamente será a seguinte: “O futuro a Deus pertence!”. Ele nem vai se dar ao trabalho de pensar um pouco sobre o assunto.

Na verdade o cristão (pelo menos em sua maioria), literalmente foge de alguns assuntos, não sei se por medo, ou se por “preguiça de pensar”, ou se por limitação intelectual. (duvido muito que seja esta última, pois até o mais estúpido dos homens é capaz de refletir sobre a existência, a menos é claro, que ele não esteja com suas faculdades mentais em ordem)

Minha intenção com este artigo, não é presunçosamente, querer responder às grandes questões da humanidade, mas sim, levar o maior número de leitores à reflexão sobre Deus, vida, sofrimento, prazer, mal e é claro...o futuro.

A pedido de um amigo, resolvi abrir o verbo neste artigo, mas, se você se considera despreparado espiritualmente para ler algumas linhas que muitos consideram heresias, sugiro que interrompa agora a leitura. Depois não digam que eu não alertei. Vou caminhar por uma linha muito tênue entre o Cristianismo, a cristandade, e o ateísmo. Reconheço que o que escrevemos aqui pode levar muitos à descrença de tudo, mas, quando o indivíduo suporta essas verdades( eu considero verdades), sua fé será inabalável, pois ele terá raízes tão profundas quanto as de uma Palmeira imperial.

Acho que todos os livros e cartas da nossa bíblia, devem ser questionados, pois segundo me consta, o próprio Paulo elogia um povo que desconfia dele, então devemos desconfiar quando o assunto é a palavra de Deus.

Acho que a liturgia cristã deve ser reavaliada, pois o que para muitos hoje é coisa corriqueira ou verdades imutáveis, são vistos com estranheza por outros povos. Querem ver?

Os Maçons meditam numa sala com uma caveira (Representando a morte), é um ritual um tanto quanto estranho, você não acha?

Os hindus entoam cânticos diante de um elefante com quatro braços de nome Ganesha (acho que todos puderam ver isso na última novela exibida em horário nobre). Também é estranho, e muitos de nós consideramos isso ridículo, mas essa é a crença deles.

O que dizer dos Cristãos então?

Nós oramos ou rezamos ajoelhados, diante da imagem de escultura ou mentalizando um homem totalmente ensangüentado e desfigurado coroado com espinhos do deserto, pregado pelos pés e pelas mãos numa cruz. Eles por lá, acham isso muito estranho.

Não sei ao certo,quando comecei a pensar nesses assuntos tão polêmicos, nem quando foi que eu comecei a me perguntar de Deus sabia mesmo o futuro, (acho que foi logo depois de deixar de acreditar que é preciso existir milagres para poder crer em Deus, ou depois que, mesmo muitos dizendo na igreja que eu era uma” benção”, acabei cedendo às tentações do mundo e praticando coisas horríveis, que tiveram uma reação em cadeia,e aqui estou...só!) mas vi que essas questões dizem respeito à nossa fé. Comecei pensar:

Será que Deus sabia de tudo isso e deixou acontecer?

Será que o diabo venceu essa batalha e me arrastou da igreja onde era cooperador, para me destruir, e afrontar a Deus?

Não, não e não!

Foram minhas escolhas! E Deus não interferiu nelas. Sabe por que?

Porque sou livre! Ele me deu essa liberdade, e não me vai “marionetar” até o fim da vida, para eu não tropeçar.

Temos hoje nas mãos, potencial para grandes mudanças filosóficas no nível mundial.
Mas as questões aqui levantadas são complexas demais, ou deveria dizer "engessadas" demais? A teologia já deu seu veredicto, e muita coisa não vai ser mudada. O que pode mudar é como vemos essa teologia.

Faço algumas perguntas para nós mesmos e sinceramente, não espero respostas e sim reflexões sobre o tema, no mínimo aceitável, de todos. Não tenham medo de “arrazoar”, pois Deus gosta disso. “venham então, e argüi-me, diz o Senhor”

Alguns pregadores da teologia da prosperidade desprezam o papel da razão no desenvolvimento da fé cristã, afirmando que ela desvia o cristão de sua espiritualidade. Observamos no pequeno trecho de Isaías 1:18, que o próprio Senhor chama o povo à razão. Sem dúvidas Deus demonstra que a razão é importante para o cristão.

Filosofia é uma área muito perigosa para se andar. Costumo dizer ao Marcio que, para o cristão, esse caminho é um “fio de navalha”. Um amigo muito querido embora não o conheça pessoalmente, que pensa tanto que até criou uma “sala só para os pensamentos”, se perguntou:

O que é o homem?

Tentei ajudá-lo assim: Posso dizer sem medo de estar errado, até porque “herrar é umano”, e isso eu sei muito bem, pois sou um deles (humano), que o homem não sabe, ou não tem certeza de quem é.
E não sabe, ou não tem certeza de para onde vai.

Não sabe qual é o sentido dos insignificantes ou mega-eventos que se sucedem em sua existência e mais grave ainda, afasta essas questões de seu horizonte no cotidiano, tornando-se uma pálida imagem daquilo que está chamado a ser.

Quando a nossa natureza toma conhecimento de si mesma na figura do homem, a razão se estabelece como pilar da busca pela compreensão. Na busca e na incerteza o homem decidiu viver de acordo com sua razão na tentativa última de experimentar um pouco de lucidez em meio a tanta inquietação.
O homem encontrou na razão as possíveis asas que o levariam a levantar os vôos em busca da liberdade. Entretanto, mesmo que a razão e a liberdade sejam os fatores que constituem a busca humana pela vida, não passam de instrumentos na tentativa de uma compreensão ampla da vida e de si mesmo.

Conseqüentemente outras perguntas se levantam:

Por que vale a pena viver?

Qual é o sentido da vida?

Por que existem a dor e a morte?

Qual é a razão do sofrimento humano?

Onde Deus está nessa história?

Ele sabe de tudo, inclusive de nosso futuro? (cheguei onde queria)

As inquietações humanas se manifestam como expressão da própria natureza da razão e está na raiz de todo movimento humano. Na cultura, o fruto do exercício desta razão, é a religião. O desejo de compreender o sentido último da existência revela o senso religioso. A religião se apresenta como resposta mais plausível (e eu considero isso um erro) na busca inquietante por significado. O homem é homem porque não cessa de interrogar-se sobre o sentido do mundo, e não apenas porque é capaz de agir sobre ele, ou moldá-lo de acordo com suas necessidades. O homem se desespera (pelo menos eu me desespero) buscando além de si a compreensão de sua origem e destino.

As perguntas estão aí! Fiquem à vontade para me ajudar a compreender a mim mesmo um pouco mais. Em meio a tantas dúvidas, eu tenho uma certeza: Deus existe e um dia eu o verei!

Pena que fé não tenha outra explicação a não ser a de Paulo:“Fé é o firme fundamento das coisas que não se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”

O que será do homem, quando os grandes e ocultos mistérios da nossa efêmera existência nos forem revelados? Quando, de uma hora pra outra, ficar provado de maneira categórica e irrefutável, que as nossas crenças que são aceitas por meio da Fé, são verdadeiramente... fatos? Ou se for provado que tudo o que cremos, são apenas mitos?

Querem tentar responder ou acham que determinadas questões devem permanecer sem resposta?

Veja o caso dos mórmons: Se ficasse provado que Joseph Smith, era um louco, e que não encontrou óculos mágicos nenhum, nem livro de ouro? O que aconteceria com os fiéis? E se ficasse provado que Sidarta Gautama não atingiu ponto máximo nenhum de evolução e que ficou "gordão de tanto comer"? Que seria dos budistas?

Se descobríssemos que o mar vermelho não abriu, que os muros de Jericó não caíram, que o "Jardim do Éden" nunca existiu de fato é apenas símbolo, muito menos "pecado original"? Que seria dos irmãos menos cultos que vivem estas verdades?

Irmãos já deixei de crer em muitas coisas nessa minha caminhada rumo à "cidade celestial", mas outras, por mais que eu me esforce, ainda não consigo. Minha Fé é testemunhal, ou seja:

Creio porque testemunhas oculares, viram coisas tão surpreendentes que aceitaram mortes bárbaras para defender o que "acreditaram ter visto". Eles morreram com um ideal...o ideal de Cristo. Eles carregaram uma bandeira e lutaram por uma causa. E qualquer causa que valha a sua própria vida, deve ter uma ponta de verdade nela.

E não venham me falar dos doidos que jogaram o avião nas torres gêmeas que isso não vale! Fico por aqui...

Abraços e não deixem de responder!

Edson Moura

sábado, 28 de novembro de 2009

Petições nobres...motivações, nem tanto


Por: Edson Moura

É preciso, com muita responsabilidade, ou deveria dizer, com honestidade, revermos nossos conceitos quanto às nossas orações. Para isso, é necessário que nós examinemos quais são as motivações que nos levaram a pedir algo a Deus.
Digo isso, porque tenho observado em muitos lugares, principalmente na mídia televisiva, que mesmo sendo pessoas sinceras, e sem maldade alguma em seus corações, acabam por fazer de seu momento de oração, um átrio de pedintes espirituais. (embora eu veja a oração como um ato exclusivo de relacionamento com Deus, não condeno quem use esse momento para fazer também suas petições, até porque nós acharemos respaldo bíblico tanto para uma como para outra atitude)

Nem vou falar de pedidos materiais (engloba: emprego, melhor salário, casa própria, carro, alimentação e vestimentas ‘mesmo que só o necessário’, e afins)
Também não vou “nem tocar no assunto”, daquelas bênçãos que, embora não seja nenhum dos itens citados na lista acima, têm como “beneficiário” somente o “requerente”.

Quero falar aqui daqueles pedidos que são cobertos de nobreza, feitos por pessoas que se julgam (ou nós mesmos as consideramos) politicamente corretas. Mas que na verdade estão apenas mascarando a verdadeira motivação, ou seja, o interesse próprio.

Talvez vocês, meus Caros leitores, digam assim:
Ele fala coisas que não sabe!
Ou ainda:

Ele nunca passou por algo do tipo!
Ou mais:

Ele diz essas coisas porque pra ele a vida deve ser um “céu de brigadeiro” ou um “mar de almirante”! (desculpem-me o pleonasmo)
Devo deixar claro que nem tudo na minha vida é um “mar de rosas” (de novo!), aliás, já passei, e ainda passo por aflições das maiores, e também entendo, e quando posso, participo do drama de meus irmãos. É por esse motivo que eu citei no início do texto, as pessoas sinceras e sem maldade, apenas agem inconscientemente, e minha preocupação aqui é somente levá-las a refletir.

São inúmeros os exemplos que eu poderia colocar, mas quero me ater a somente dois:

Que dizer de uma mãe, que ora constantemente para que seu filho, envolvido com drogas, seja salvo dessa vida de perdição, e venha para Jesus?

As lágrimas por ela derramadas, são as mais sinceras possíveis. As campanhas que ela faz em sua pequena (ou grande) igreja, são pelo nobre motivo de se resgatar uma vida que está se perdendo. (não estou aqui, legitimando campanhas e correntes feitas a torto e a direito por aí)
Mas será, e eu disse SERÁ, que na verdade, ela não quer simplesmente parar de sofrer? Pois eu ouço muitas, mães dizerem as seguintes frases:

Ah meu Deus! Quando é que esse meu sofrimento vai acabar? (sofrimento pela situação do filho)
Não agüento mais meu Deus! Prefiro morrer a sofrer desse jeito!
Então vejam!

A pauta da oração até pode ser nobre, mas as motivações nem tanto.
É claro que isso não é regra, pois muitas orações, além de seu caráter altruísta, são também motivadas pelo desejo de ver a outra pessoa recuperada. É o caso de algumas mulheres que choram ao lado da cama de seus filhos, doentes terminais de câncer. Elas só pedem a Deus que acabe com o sofrimento daquela criança, reconhecendo assim a incapacidade humana para determinados problemas, e abrindo mão daquilo que para ela seria seu maior tesouro neste mundo.

E quanto ao marido, que vendo sua amada esposa, o grande amor de sua vida, acometida por uma doença que certamente a levará à morte, pede a Deus constantemente dia e noite, sem comer nem dormir, implorando que não a leve embora. (também não estou dizendo que Deus mata as pessoas, ou que por muito pedir Ele vai acabar cedendo às exigências humanas. Este é outro assunto, tratado em outros artigos neste blog, os melhores são os escritos pelo Marcio Alves)
Na verdade, o que ele está dizendo é:
Não quero ficar sozinho! Ela é a minha vida, sem ela eu prefiro morrer! Não vou suportar!

Novamente vemos um pedido nobre, mas coberto de interesse próprio.

Sei que é bonito você gostar de uma pessoa ao ponto de pedir intervenção divina por ela. Mas eu só gostaria que antes de orarmos, examinássemos nossas motivações e procurássemos nelas, vestígios de desejos interesseiros que podem estar tão ocultos que somente Deus poderia identificá-los, e Ele consegue!

Os exemplos citados no texto são apenas fictícios, frutos de uma mente que não quer parar de pensar. Peço desculpas a todos aqueles que já passaram por situações semelhantes, e vêem nas minhas palavras uma agressão aos seus sentimentos mais sinceros, sei bem como é isso! Mas como diria Pilatos:
“O que escrevi, escrevi!”
Que Deus nos abençoe a todos, ricos e pobres, bons e maus, crentes ou não, amem!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eu duvido, logo penso, logo existo

Por: Edson Moura

Às vezes (e hoje é uma dessas vezes), minha mente fica totalmente “vazia de tão cheia”. Não sei se isso já aconteceu com vocês leitores, mas comigo acontece de fases em fases.

Paradoxo-mental!

É assim que eu chamo isso (nem sei se já nomearam esse fenômeno ou se é um fenômeno), pois são tantos os pensamentos que eu acho que nunca vou conseguir organizá-los.

Pareço estar “VOLTANDO AO GÊNESIS” da minha existência. Começo re-capitular cada passo, cada minuto do meu passado e num segundo momento, me surpreendo imaginando o futuro (meu futuro). É então que surgem as crises existenciais.

Não me disseram! Ninguém me alertou! Também não veio nenhum manual de instruções explicando como seria a vida a partir do momento em que eu aceitasse a Jesus como meu Senhor e salvador. Só depois de muito tempo descobri que o manual era a palavra de Deus escrita por homens comuns.

Hoje, depois de anos, consegui me desvencilhar das velhas tradições da igreja, e optei por um “CRISTIANISMO A-RELIGIOSO”, sem medo do inferno eterno e também sem cobiça insana pelo céu de pedras sardônicas e portas de pérolas.
Sem medo da ira de um Deus terrível e vingativo, mas também sem ilusões de um Deus que (só pelo fato de eu servi-lo) me livre das agruras da vida. Simplesmente, passei a seguir um Deus que tem o rosto de Jesus, o filho do carpinteiro.

Mas repito!

Às vezes os pensamentos, as idéias, se misturam. E a mente fica “vazia de tão cheia” novamente.

Sinto-me muito distante desse Jesus da Galiléia. Sinto que somente as “FAGULHAS DO DIVÍNO NO HUMANO” é o que me sobrou. Parece que sou tocado apenas por “PARTÍCULAS DA GRAÇA
Mas continuo caminhando, tropeçando, caindo, me arrastando ...e me levantando para retornar à peregrinação.

Muitas vezes, mal compreendido pelos que estão lá encima do “PULPITO CRISTÃO
Apedrejado sim! Por aqueles que amo tanto! (e amo mesmo). Ignorado por pessoas as quais eu daria meu pescoço pra ser cortado, sem pestanejar. (não estou sendo demagógico)

Disseram-me, lá no início, que existe uma “PALAVRA QUE LIBERTA”, mas não me vi livre. Livre sim, do peso do pecado. Sim livre da acusação da lei, mas “preso a uma vida de liberdade”, quando "TOMEI A PÍLULA VERMELHA".

Portanto: “EU FICO COM A PALAVRA DE DEUS”, mesmo que as vezes, confesso, sinto falta (pouca falta) daquele tempo em que eu acreditava que as rodas do destino eram movidas pelo Senhor dos exércitos, e tudo acabaria cooperando para o meu bem, pois eu o servia.

Era mentira! Hoje sei que não é assim.

Novamente, minha “SALA DO PENSAMENTO” está vazia, de tão cheia que se encontra.
Ensaio um novo comportamento...proseio comigo mesmo, e entre esses “ENSAIOS E PROSAS”, me vejo de novo no início de tudo...no meio de tudo...querendo mesmo... é o final de tudo, sair deste mundo, ao qual eu não pertenço, e pular dentro da “BACIAS DAS ALMAS” que Deus deve ter preparado para nos lavar.

Tento encontrar, mais uma vez, “OUTRA ESPIRITUALIDADE”, uma nova, que me permita viver...ou morrer em paz...paz no meu espírito.

Mas tenho medo!

Medo de ser irresponsável, medo de conduzir ao erro, aqueles que o Senhor tanto ama, àqueles pelos quais Ele entregou a própria vida. Então me calo, e procuro não pensar (como se isso fosse possível ao Ser humano)

Começo a perceber então irmãos, que preciso desesperadamente continuar vivendo, não posso parar a peregrinação, encontro forças no meu companheiro “FIEL” (Marcio Alves), para vencer o “GIGANTE DESESPERO”.

Caminhamos rumo à “CIDADE CELESTIAL” (penso), mas com uma certeza no coração:
Esse “OUTRO EVANGELHO” que anunciamos, na verdade é outro mesmo...é aquele que Jesus pregou na palestina...e se perdeu no tempo.

Vejo uma luz...

sábado, 7 de novembro de 2009

Deus do Pentatêuco ou Jesus da Galiléia?



Por: Edson Moura

Antes que me condenem, quero avisar que não estou dizendo que são 2 (dois) Deuses, e sim um único Deus, mas que é “projetado” em nosso consciente-inconsciente da maneira que melhor se adapte ao nosso modo de viver o cristianismo. Boa leitura!

Os Fariseus podem dormir seu sono tranqüilo, pois eles falharam, não conseguindo calar a voz de Cristo, mas hoje, milhões de cristãos abafam e deturpam o Evangelho pregado na palestina.

Infelizmente estão fazendo um “bom” trabalho!

A criação revela tanto poder que desconcerta nossa mente e deixa-nos sem palavras. Somos enamorados e encantados pelo poder de Deus. Gaguejamos e hesitamos diante da santidade de Deus. Trememos diante da majestade de Deus... e apesar disso mostramo-nos melindrosos e ressabiados diante do amor de Deus.
Fico estupefato diante da difundida recusa, em nossas terras, em pensar-se grande sobre um Deus amoroso. Como nervosos cavalos “puro-sangue” sendo guiados à linha de largada do grande prêmio, muitos cristãos relincham, escoiceiam e pinoteiam diante da revelação do superabrangente amor de Deus em Jesus Cristo.

Em minha jornada como cristão errante, tenho encontrado chocante resistência ao Deus que a Bíblia define como Amor. Os céticos estão entre os acadêmicos untuosos e excessivamente polidos que sugerem discretamente traços da heresia do universalismo a crentalhões ultraconservadores que enxergam apenas o implacável e empoeirado Deus guerreiro do Pentateuco, e insistem em reafirmar as frias demandas de um perfeccionismo infestado de regras.

Nossa resistência ao amor furioso de Deus pode ser traçada de volta à igreja, a nossos pais e pastores e à própria vida. Foram eles, (protestamos) que esconderam a face do Deus compassivo em favor de um Deus de santidade, justiça e ira.
No entanto, se fôssemos verdadeiramente homens e mulheres de oração, nossos rostos como pederneira e nosso coração devastado pela paixão, abriríamos mão de nossas desculpas. Pararíamos de colocar a culpa nos outros.
Temos de sair para um deserto de algum tipo (seu quintal serve) e adentrar uma experiência pessoal com o assombroso amor de Deus. Então poderemos concordar com conhecimento de causa, com o místico inglês Julián de Norwich: "A maior honra que podemos dar ao Deus Todo-Poderoso é viver com alegria pelo conhecimento do seu amor".


Poderemos entender porque, como observa o Dicionário teológico do Novo Testamento, de Kittel, que nos últimos dias de sua vida na ilha de Patmos o apóstolo João escreveu, e escreveu com majestosa monotonia, sobre o amor de Jesus Cristo. Como que pela primeira vez, poderemos compreender o que Paulo queria dizer: "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 5:20,21).
Da mesma forma que João escreveu, no crepúsculo da vida, apenas sobre o amor de Jesus, Paulo também escreveu abundantemente sobre o evangelho da graça:

•A graça de Deus é a totalidade pelo que homens e mulheres são tornados justos .
•Pela graça Paulo foi chamado.
•Deus derrama sua gloriosa graça sobre nós em seu Filho.
•A graça de Deus foi manifestada para a salvação de todos.
•A graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo.
•A graça é depósito ao qual temos acesso através de Jesus Cristo.
•É um estado ou condição em que nos encontramos.
•É recebida em abundância.
•A graça de Deus abundou mais que o pecado.
•Ela se estende para mais e mais pessoas.
•A graça contrasta com as obras, que carecem do poder para salvar; se as obras tivessem esse poder, a realidade da graça seria anulada.
•A graça contrasta com a Lei. Tanto judeus quanto gentios são salvos pela graça do Senhor Jesus.
•Apegar-se à Lei é anular a graça e quando os gálatas aceitaram a Lei caíram da graça.

Sim, o Deus gracioso encarnado em Jesus Cristo nos ama.

A graça é a expressão ativa deste amor. O cristão vive pela graça como filho do Abba, rejeitando por completo o Deus que pega as pessoas de surpresa ao menor sinal de fraqueza — o Deus incapaz de sorrir diante de nossos erros desajeitados, o Deus que não aceita um lugar em nossas festividades humanas, o Deus que diz "você vai pagar por isso", o Deus incapaz de compreender que crianças sempre se sujam e são distraídas, o Deus eternamente bisbilhotando à caça de pecadores.

Ao mesmo tempo, o filho do Pai rejeita o Deus de cores pastéis que promete que nunca vai chover no nosso desfile.

O filho de Deus sabe que a vida tocada pela graça chama-o para viver numa montanha fria e exposta ao vento, não nas planícies aplainadas de uma religião sensata e de meio-termo.
Pois no coração do evangelho da graça o céu escurece, o vento ruge, um jovem sobe um outro monte Moriá em obediência ao Deus implacável que exige tudo.


Ao contrário de Abraão, ele carrega nas costas uma cruz, e não lenha para o fogo... como Abraão, em obediência a um Deus selvagem e irrequieto que fará as coisas da sua forma não importe o que custe.

Esse é o Deus do evangelho da graça. Um Deus que, por amor a nós, mandou o único Filho que jamais teve, embalado em nossa própria pele. Ele aprendeu a andar, tropeçou e caiu, chorou pedindo leite; transpirou sangue na noite; foi fustigado com um açoite e alvo de cusparadas; foi preso à cruz e morreu sussurrando perdão sobre todos nós.

O Deus do cristão legalista, por outro lado, é com freqüência imprevisível, errático e capaz de toda espécie de preconceito. Quando vemos Deus dessa forma sentimo-nos compelidos a nos envolvermos em alguma espécie de mágica para aplacá-lo. A adoração de domingo torna-se um seguro supersticioso contra os seus caprichos. Esse Deus espera que as pessoas sejam perfeitas e estejam em perpétuo controle de seus sentimentos e emoções. Quando gente esmagada por esse conceito de Deus acaba falhando — como inevitavelmente acontece — ela em geral espera punição. Ela por isso persevera em práticas religiosas ao mesmo tempo em que luta para manter uma imagem oca de um eu perfeito. A luta em si é exaustiva.


Os legalistas nunca são capazes de viver à altura das expectativas que projetam em Deus. Percebi como era difícil para mim olhar para elas e dizer: "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem".


As duras palavras de Jesus dirigidas aos fariseus estendem-se pelo curso dos anos. Hoje em dia elas não se aplicam apenas aos televangelistas que caíram, mas a cada um de nós. Distorcemos por inteiro o sentido do que Jesus disse quando usamos suas palavras como armas contra os outros. Elas devem ser assumidas pessoalmente por nós.


Essa é a forma e o formato do farisaísmo cristão dos nossos dias. A hipocrisia não é privilégio de quem está por cima. O mais empobrecido entre nós tem potencial para ela. "A hipocrisia é a expressão natural do que é mais perverso em nós."

O “Outro Evangelho” que apresentamos, mostra um Jesus que perdoa pecados — incluindo pecados da carne; que ele sente-se à vontade na companhia de pecadores que se lembram de como mostrar compaixão, mas que não pode e não terá um relacionamento com os que são hipócritas no Espírito.


Talvez a verdadeira dicotomia dentro da comunidade cristã da atualidade não seja entre conservadores e liberais, ou entre criacionistas e evolucionistas, ou entre calvinistas e arminianos, mas entre os despertos e os adormecidos. . Da mesma forma que todo homem inteligente sabe que e estúpido, o cristão desperto sabe que é limitado e dependente da graça.

Embora a verdade nem sempre seja humildade, a humildade é sempre verdade: o reconhecimento sem rodeios de que devo minha vida, meu ser e minha salvação a outro. Esse ato fundamental jaz no âmago de nossa reação à graça.
A beleza do evangelho verdadeiro está na percepção que ele oferece de Jesus: a ternura essencial do seu coração, de seu modo de ver o mundo e de seu modo de relacionar-se com você e comigo.


"Se você quer de fato compreender um homem, não apenas ouça o que ele diz, mas observe o que ele faz".


Que a maravilhosa graça de Deus toque-nos a todos.

sábado, 31 de outubro de 2009

"Vida de Pastor"


Por: Edson Moura

Chamem-me de covarde se quiserem, eu particularmente não ligo. Mas eu gostaria de fazer algumas perguntas e também dar as minhas próprias respostas.
Pretendo falar de homens que estão na vida muita gente. Homens que considero heróis num mundo tão deficiente de tais figuras.

Você estaria disposto a não ter um domingo com sua família, em prol de outras famílias?
Você sairia muitas vezes cansado de seu trabalho, para trazer uma palavra de edificação e inspiradora para homens e mulheres que você chama de irmão, mesmo sem muitas vezes saber nem o sobrenome delas?
Você subiria em um altar, com a responsabilidade de direcionar a e aconselhar vidas humanas? Sabendo que suas palavras ecoarão até a eternidade, e um dia você teria que prestar contas de cada alma que por ventura viesse a se perder?

Confesso que já almejei uma posição assim, mas quando paro para analisar as implicações deste dificílimo cargo, reconheço a minha total incapacidade, tanto estrutural como intelectual, mas principalmente emocional.

Por isso eu deixo de lado as críticas aos maus pastores, para tecer alguns elogios aos bons pastores. Homens como:

John Wesley, que dedicou sua vida inteira a granjear almas para Deus. Não por obrigação, mas por amor às vidas. "Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo, correto e o meu sagrado dever é declarar a todos que estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." - John Wesley
"Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." - John Wesley

Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento em suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Charles Finney, foi instrumental no grande avivamento de 1857 a 1858 dos 'grupos de oração', que se espalhou por dez mil cidades e municípios, resultando na conversão de pelo menos um milhão de pessoas. Somente entre janeiro e abril de 1858, cem mil pessoas foram salvas nestas reuniões de oração ao meio-dia.

Entre outros tantos, que embora com as limitações de sua época, fizeram um ótimo trabalho para o reino de Deus.
Hoje não penso mais como há alguns anos sobre o conteúdo dos sermões desses grandes homens, mas reconheço a importância de seus testemunhos de vida, para esta nossa geração.
Muito se fala hoje em “pagar preço”, e sei que muitos pastores agarraram esse chamado divino e vêm desempenhando um bom trabalho.

Não falo dos grandes pastores de renome, e sim dos pequeninos, de igrejas pequeninas. Falo, não dos que andam de carro importado, e sim dos que ainda pegam ônibus lotados ou andam a pé por falta de recursos para sua própria condução.
Falo daqueles que muitas noites não tiveram o que comer com suas esposas, a não ser farinha com cebola, mesmo assim não deixaram de louvar a Deus. (história verídica)

Falo também daqueles que não usam terno de grife, e suas refeições em casa muitas vezes é pior do quê as refeições de alguns pastores na cadeia onde foram presos por tentarem sair do país com dólares não declarados.
Falo dos pastores que não vendem bíblias interpretadas “versículo por versículo”, que não escreveram livros ensinando como “exigir seus direitos”, que não enriqueceram vendendo pregações em áudio nos mostrando que “o dia da provação” vai chegar ou que é possível “destronar satanás”

Falo de homens como Acácio Carneiro, que abriram mão de uma vida bem sucedida para pregar quatro sermões aos domingos em sua pequena igreja. Ele não escreveu nem um livro (ainda), mas sua obra como pastor já renderia umas 500 páginas. Um homem que aprendi a amar, e que é co-responsável pelo ser humano que sou hoje. Meu pastor!

Falo de homens simples como Sergio Paschoal, que pra conseguir verbalizar seus pensamentos apelam para a poesia, preocupados em não ofender ninguém. Homens que se emocionam quando precisam abandonar um prédio onde fora sua igreja, por falta de recursos para o aluguel. As lágrimas e o embargo em sua voz demonstram sua sinceridade. Meu pastor!
Homens que acumulam em si qualidades que eu não tenho e não sei se um dia terei ,por isso a minha incapacidade para tão importante missão.

As qualidades bíblicas de pastores/presbíteros/bispos

Paulo cita as qualificações dos bispos ou (presbíteros) em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto.
Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).

"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).

Que Deus abençoe os verdadeiros pastores

sábado, 17 de outubro de 2009

"Resposta ao leitor"




Por: Edson Moura

A Paz do Senhor meu irmão Isaias Medeiros.
Primeiramente gostaria de congratulá-lo pelo coragem e despreendimento para ler toda a mensagem (e acredito que você leu mais de uma vez), e pelo seu comentário que foi muito bem desenvolvido.

Esta é justamente a idéia de nosso blog, fazer com que as pessoas reflitam sobre o que escrevemos e discordem se acharem que o conteúdo é prejudicial à fé.

Você disse que acha que eu não passo de um "liberal", pois bem! Posso até ser muito racional, mas daí a me chamar de liberal, talvez seja um pouco de exagero de sua parte.
Quanto ao fato de Deus não ter que se ajustar ao homem, lamento decepcioná-lo, mas Deus já fez isso, no momento em que esvaziou-se de todo seu poder, e encarnou Cristo e andando pelo mundo durante 33 anos.

Quero agora me explicar, tanto à você Isaias, quanto aos outros leitores que possivelmente não tenham entendido o artigo escrito, demonstrando assim a minha preocupação e o senso de responsábilidade que voçe acha que não tenho.

Algumas Provas Bíblicas De Que Os Ímpios Não serão Atormentados Por Toda a Eternidade:

Um dia Deus irá terminar com o sofrimento veja:

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Apocalipse 21:4).
Se o “inferno de fogo” durasse para sempre, esta passagem não poderia estar na Bíblia, pois o luto, o sofrimento, o pranto e a dor não cessariam. O pecado seria eterno, o que contraria plenamente as Escrituras. Se há um inferno eterno e o se diabo fosse atormentado por toda a eternidade juntamente com os pecadores, teríamos de aceitar pelo menos outras 4 heresias:

1a) Que o diabo, os demônios e os pecadores são e serão eternos. Deus não conseguirá um dia destruir o diabo definitivamente? Que dizer dos seguintes textos:
Malaquias 4:1-3; Romanos 16:20; Hebreus 2:14?
2a) Que o pecado é eterno – Se os ímpios fossem atormentados com o diabo eternamente, nunca iriam deixar de ter raiva de Deus por estarem no fogo, e continuamente o blasfemariam. Estariam constantemente pecando.

3a) Que muitas pessoas que pecaram 70 ou oitenta anos irão sofrer a mesma penalidade que satanás, que pecou desde o princípio e que foi o originador do pecado. Isto não estaria de acordo com os seguintes textos Bíblicos: Ap 20:11-13 e Lc 12:47 e 18 (alguns receberão “muitos açoites e outros poucos”).

4a) Que Deus nunca iria terminar com o sofrimento. A Bíblia ensina claramente que um dia não existirá mais o sofrimento (Ap 21:4, etc). Graças a Deus que não é assim; logo o Senhor Jesus irá terminar com todo o pecado e sofrimento. Creia, irmão Isaias, que Deus não irá condenar ninguém à tortura, pois ao analisar a Bíblia profundamente, percebemos isto; se o fizer, a visão que você tem de Deus será mudada, e sua comunhão com ele será melhor e mais duradoura.

Por fim: A doutrina do inferno eterno não é Bíblica; foi originada na mente do diabo para denegrir o caráter e a justiça de Deus e aperfeiçoada por filósofos pagãos. O que acontece é que este ensinamento entrou nas igrejas sutilmente, devido à influência desses filósofos no passado e uma errada interpretação de alguns versos Bíblicos que não foram analisados à luz do “contexto” da Bíblia (principalmente a parábola do Rico e Lázaro).

Meu ponto de vista:

O inferno de “tormento” não existe; a Bíblia diz que Deus punirá os ímpios no futuro e não agora no inferno: “porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Atos 17:31).

Uma pergunta:
Se as pessoas que morrem hoje já vão para o céu ou para o inferno de condenação, por que Deus terá que realizar um juízo final? Afinal de contas já não estão todos julgados?

No livro de Pedro diz que os anjos maus foram lançados para o Tártaro (lugar de escuridão). Ora, se fosse o inferno de fogo, como seria escuro?

A palavra inferno, traduzida de suas línguas originais (Sheol, Hades, etc) simplesmente significa “sepultura”. Neste momento os ímpios estão “dormindo” até “aquele dia em que Deus julgará a todos”, pois a morte não passa de um sono (Jesus disse isso em João 11:11-14 e devemos acreditar nele), onde a pessoa está inconsciente até a volta de Jesus.

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Eclesiastes 9:5, 6 e 10).

“Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. (I Coríntios 15:23) Quando Jesus voltar, ele irá ressuscitar a pessoa; aí sim ela ficará consciente (João 5:28 e 29; João 6:40).

Os justos serão ressuscitados para irem ao céu (I Tessalonicenses 4:16 e 17, etc) e os maus para serem destruídos (Malaquias 4:1, etc), pois não aceitaram a Jesus como salvador, rejeitaram seus ensinamentos e seus convites de amor. Veja ainda que o verso três de Malaquias 4 (e muitos outros ainda) diz que “os ímpios se farão em cinzas”; se os maus ficarão em cinzas como serão atormentados eternamente?

Os textos Bíblicos usados por muitos ‘em favor’ da existência do inferno não foram corretamente traduzidos de sua língua original e foram tirados de seu contexto. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. (I João 4:8).

Um Deus de amor jamais iria queimar alguém pela eternidade; sua justiça e misericórdia não permitem isto. Se Ele o fizesse, a dor, o sofrimento, o luto, não deixariam de existir nunca; as pessoas iriam blasfemar de Deus eternamente no ‘inferno’ e assim o pecado seria eterno.

Confie no amor de Deus. Vá a Ele sem temor, pois o Senhor lhe ama e quer bem. Ele tem muito mais a te oferecer do que um "inferno de fogo". Não que você já não o tenha feito Isaias, mas aceite a Jesus como salvador de sua vida e verás que a cada dia Ele lhe mostrará o amor do Pai e do Espírito Santo por você, tornando-o uma pessoa mais feliz e confiante quanto ao futuro.

“Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei”. (Ezequiel 18:32).

Que Deus o Abençoe meu irmão!

sábado, 10 de outubro de 2009

Não Existe Inferno parte 1


Por: Edson Moura

Antes de me chamarem de louco ou herege, gostaria que vocês meus Caros leitores, se despissem do manto da religiosidade e do pré-conceito de querer rejeitar tudo aquilo que vai de encontro ao que lhe ensinaram em sua caminhada cristã. Não é meu intuito lhes oferecer uma “nova verdade”, mas sim convocá-los à reflexão sobre a lógica da vida, pois este é o principal motivo pelo qual gasto horas e muitas vezes até dias estudando e meditando na palavra do Senhor, em busca de uma mensagem que venha a ser edificante tanto pra vocês, quanto pra mim mesmo.

Quero deixar claro que creio nas Escrituras Sagradas, e também acredito que toda ela foi inspirada por Deus. Entretanto, creio também que os homens que as escreveram tinham as suas limitações, mas, além disso, os homens que as traduziram do hebraico e grego tinham mais limitações ainda. Outro ponto que quero salientar é que não sou um admirador dessas novas traduções que encontramos hoje como: NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje); NVI (Nova Versão Internacional) Bíblia do Adolescente e tantas outras que se esforçam para facilitar a leitura e o entendimento do texto bíblico, mas o que fazem na verdade é impedir (por omissão) que o leitor procure o verdadeiro significado de algumas palavras e como conseqüência têm uma interpretação errada do que quer dizer o texto.

Etimologia da palavra “Inferno”

A palavra inferno, que hoje conhecemos, origina-se das palavras Hades e Sheol, ambas com mesmo significado, tendo conotação clara de um lugar para onde os mortos vão. Em versículos
bíblicos onde se menciona tais palavras, é possível perceber que se trata de um só lugar. Com o passar do tempo, muitas religiões interpretaram o inferno, como o destino de apenas alguns; pessoas que não assumiram uma conduta louvável no ponto de vista religioso, e que por isso, foram condenadas ao sofrimento jamais visto pelo mundo material. Alguns teólogos observaram, contraditoriamente, que o inferno não poderia ser um lugar desagradável, afirmando que um personagem bíblico que estava em sofrimento no mundo real, almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua dor. Porém, o próprio Jesus fez uma narrativa de uma situação de uma pessoa que se encontrava no inferno, essa pessoa implorava a Abraão que mandasse um conhecido que não estava no inferno lhe refrescasse a língua com pelo menos a ponta do dedo molhado em água, pois em chamas era atormentado (Ver Lucas, capítulo 16, versículos de 19 ao 31).

É óbvio que tal relato não foi em sentido literal, pois uma gota de água na língua não alivia a dor de quem está em chamas ou num calor intenso, mas queria dizer que pelo enorme sofrimento que passava, precisaria aliviar-se de qualquer jeito. A crença na existência de um lugar de tormento para o significado das palavras Hades e Sheol, foi muitas vezes confundida com a palavra “Geena”, traduzida para “lago de fogo”, uma forma simbólica para destruição eterna.

Alguns teólogos concluem que todos que morrem vão para o inferno (Hades e Sheol), lugar onde até o próprio Jesus foi, a sepultura, sua câmara mortuária. Como a própria Bíblia menciona, ele não foi esquecido no Inferno, foi ressuscitado no terceiro dia conforme relata os evangelhos. Porém deve-se salientar que outros teólogos vêem que essa ida de Cristo ao lugar de tormento foi para tomar o lugar de cada ser humano que estava destinado à morte eterna pelo “pecado original” de Adão, e sendo Jesus tido como o consumador da fé serviu de cordeiro expiatório apesar de não ter visto corrupção.

Mudanças no Sentido da Palavra Inferno

O Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz a respeito do uso de inferno para traduzir as palavras originais do hebraico Sheol e do grego Hades (Bíblia): Hades. . . Corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno.

A Enciclopédia da Collier diz a respeito de Inferno: Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.

O Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder).

A Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.

O significado atribuído à palavra inferno atualmente é o representado em A Divina Comédia de Dante, e no Paraíso Perdido de Milton, significado este completamente alheio à definição original da palavra. A idéia de um inferno de tormento ardente, porém, remonta a uma época muito anterior a Dante ou a Milton.

Cristianismo

No Cristianismo existem diversas concepções a respeito do inferno, correspondentes às diferentes correntes cristãs. A idéia de que o inferno é um lugar de condenação eterna, tal como se apresenta hoje para diversas correntes cristãs, nem sempre foi e ainda não é consenso entre os cristãos. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve quem defendesse que a permanência da alma no inferno era temporária, uma vez que inferno significa "sepultura", de onde, segundo os Evangelhos, a pessoa pode sair quando da ressurreição. Essa idéia é defendida hoje por várias correntes cristãs.

Catolicismo

Para a corrente católica, conduzida pela Igreja Católica Apostólica Romana, o inferno é eterno e corresponde a um dos chamados “novíssimos”: a morte, o juízo final, o inferno e o paraíso. Baseando-se em textos bíblicos como quando Jesus disse que o homem que desprezar seu irmão “incorrerá os fogos da Gehenna” (Mt 5,22). Jesus também advertiu, “não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, temei quem pode destruir tanto corpo como alma na Gehenna” (Mt 10,28). Jesus disse, “Se tua mão te faz cair, corta-a. Melhor você entrar na vida com uma só das mãos que manter ambas as mãos e ir para a Gehenna com seu fogo inextinguível” (Mc 9,43). Usando a parábola do joio e do trigo para descrever o juízo final, Jesus disse, “os anjos lançarão [os pecadores] na fornalha inflamável onde prantearão e moerão os seus dentes (Mt 13,42). Também, quando Jesus fala sobre o juízo final onde a ovelha será separada dos lobos, Ele dirá ao pecador, “afastai-vos de mim, malditos, para o fogo perpétuo preparado para o demônio e seus anjos (Mt 25,41). No Livro da Revelação, é relatado que cada pessoa é julgada individualmente e os pecadores são lançados em um “fosso de fogo, a segunda morte” (20,13-14).

Protestantismo

Para muitas das denominações protestantes, o inferno é o local destituído da presença de Deus, porém não lhe está oculto, sendo que no cumprir das profecias esse inferno será lançado no lago que arde com fogo e enxofre.
A interpretação bíblica protestante afirma que, após a morte, a alma, uma vez no inferno, não poderá mais sair, assim como em relação ao paraíso (céu), não existindo forma de cruzar a fronteira que separa estes dois locais.
Há ainda outra visão dentro do cristianismo não-católico, que coloca a morte como um sono, um estado sem consciência (Eclesiastes 9:5; Jó 14:21; João 11:11-14), de forma que, conseqüentemente, os ímpios mortos não estão no inferno nem os salvos mortos no céu, mas aguardando a segunda vinda de Cristo, quando então os salvos entrarão para o céu, que é eterno, e os ímpios entrarão no lago de fogo, o inferno, (Apocalipse 20:15), que também será eterno (Miquéias 4:3). Segundo esta interpretação, o inferno é um lugar preparado para a punição de Satanás, seus anjos e seus seguidores (Mateus 25:41), ao contrário da visão comum que coloca Satanás como dominante do inferno.

A doutrina da existência de um ‘inferno de fogo’ tem despertado e atenção dos homens de todos os séculos. Pensadores têm rejeitado o cristianismo por causa de tal doutrina; jovens têm abandonado a crença em Deus, pois pensam: “Não posso crer em um Deus que para demonstrar sua justiça tenha de atormentar no fogo a alma de uma pessoa eternamente; Ele não existe...”. Muitos têm saído das fileiras do cristianismo por causa deste assunto.

Isto poderia ser evitado, caso fosse feito um estudo sincero, honesto e fiel ás regras de interpretação do verso Bíblico e ao contexto das Escrituras.

Esta mensagem ou estudo, irá analisar o que é o inferno de acordo com o ensino Bíblico; qual o correto significado de alguns dos textos Bíblicos que mencionam a palavra ‘inferno’; o inferno de fogo existe hoje ou existirá em um futuro? Por quanto tempo?

Antes disso, é importante salientar o que a Bíblia ensina sobre o estado do homem na morte:
Depois de ficar doente, Lázaro morreu. E o que Jesus disse a respeito da morte de Lázaro? Disse que ele estava dormindo! Não devemos duvidar do Senhor. Ele sabe melhor que nós qual é o estado do homem na morte. A Bíblia compara a morte a um sono em aproximadamente 53 versos diferentes.

O Antigo Testamento, que também teve sua inspiração do Espírito Santo (II Timóteo 3:16), também declara que, quando um a pessoa morre, ela está em total inconsciência. Veja: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem “coisa nenhuma”, nem tampouco terão eles recompensa, pois sua memória está entregue ao esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram: para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes 9:5,6- leia também Salmo 6:5;Salmo115:17;Salmo 146:3,4;Isaías 38: 18,19).
O próprio Jesus disse que a ressurreição será no último dia, quando ele voltar (João 6:40). Mas como harmonizar estes versos com aqueles que mencionam o “tormento eterno?”.
Primeiramente temos de entender que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo. (II Pedro 1:20, 21).

Sendo que o Espírito Santo é perfeito, Ele não vai se contradizer; não irá dizer em uma parte da Bíblia que na morte a pessoa está em total inconsciência e em outra afirmar que os ímpios sofrerão eternamente na segunda morte.

Portanto, se há uma aparente contradição não é culpa de Deus, mas sim nossa, pois somos limitados por causa do pecado. Outro fator que leva-nos a encontrar “contradições” na Bíblia é o fato de não a estudarmos profundamente. É o que pretendo fazer agora, analisando estes versos em seu contexto e verdadeiro significado.


Continua....

Que Deus continue nos abençoando

Não existe Inferno parte 2


Por Edson Moura

Continuação...

Análise das palavras erradamente traduzidas por inferno:

Sheol: Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento. Sheol era o lugar para onde iam os mortos, por isso é sinônimo de sepultura, ou lugar de silêncio dos mortos. Sheol nunca teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los porque nenhuma palavra em português dá a exata idéia do significado original, o melhor é mantê-la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução brasileira não a traduz nenhuma vez.

Experimente traduzir Sheol por inferno nestas duas passagens: Gênesis 42:38 ( Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.) e Jonas 2:1-2.( E OROU Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz.)

Hades: É usada apenas 10 vezes no Novo Testamento: Mateus 11:23; 16:18; Lucas 16:23; Atos 2: 27,31; Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13,14 (I Cor. 15:55).
Sobre o emprego desta palavra em I Cor. 15:55, Edílson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978), declarou:
“A passagem de Paulo de I Cor. 15:55 apresenta um problema de crítica textual. Na leitura feita na Septuaginta, encontramos também neste verso a palavra Hades, no vocativo. As traduções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do século XIX para cá, traziam a palavra “inferno” como sendo tradução de hades.Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada não era Hades, mas a palavra yanatov (morte). Este estudo foi baseado nos mais fidedignos manuscritos descobertos até hoje”.

“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nenhuma vez termo hades em seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo; “O povo em geral usava a palavra Pluto como eufemismo do hades, com seus temores de levá-los para as partes errôneas do invisível”. É certo, também que Paulo não usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentendendo o conceitualismo Bíblico, em Romanos 10:7 usa o termo abismo”.
Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na versão de Almeida Revista e atualizada, o termo inferno já foi substituído por morte.

A palavra “Hades” no Novo Testamento corresponde exatamente á palavra “Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16:10 Davi disse: “Pois não deixarás a minha alma no Sheol...”.
Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento afirmou em Atos 2:27: “Porque não deixará a minha alma no hades...”.
Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que Sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes foi traduzida por hades.

Origem da palavra Hades.

Provém do prefixo a – alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo idein = ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.

Os gregos dividiam o Hades em duas partes, (posteriormente falavam até em quatro): o Elysium – a habitação dos vitoriosos e o Tártarus – a habitação dos ímpios.

Esta idéia de divisões e subdivisões do Hades é totalmente pagã sem nenhum apoio Bíblico.

Geena: A palavra hebraica transliterada para o grego Geena, que se encontra em 12 passagens: Mateus 5: 22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 45, 47; Lucas 12:2; Tiago 3:6.
Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé Ben Hinom – Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Nesse vale havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios queimavam seus próprios filhos.

Este vale se situava a sudoeste de Jerusalém; neste local, antes da conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofereciam sacrifícios humanos ao deus Moloque.
Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reservado para depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encontrados mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quando cometiam delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devoravam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no Capítulo 66 verso 24.

Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo de terror, da abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser atirado á Geena ao morrer, era sinônimo e desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao menos uma cova rasa, estando condenado á destruição eterna do fogo.
O vale de Hinom era um crematório das sujidades da cidade de Jerusalém.
O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objetivo de avivar as chamas e tornar mais eficaz a sua força lançavam ali enxofre.. Devido a estas circunstâncias, Jesus com muita propriedade usou este vale para ilustrar o que seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na Geena universal.

Tártaro: A palavra grega “Tártaro” ocorre somente uma vez no Novo Testamento. Encontra-se em II Pedro 2:4 e diz o seguinte: “Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes precipitando-os no inferno (Tártaro no original) os entregou a abismos de trevas, reservando-os para o Juízo”.
A palavra tártaro, usada por Pedro se assemelha muito á palavra “Tartarus”, usada na etimologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a palavra tártaro, parece referi-se melhor a um ato do que a um julgar. A queda dos anjos que pecaram foi do posto de honra e dignidade á desonra e condenação; portanto, a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou tormento nesta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão reservados para julgamento futuro.

Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como neblina, quando conhecemos bem o significado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.

A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influências pagãs e por preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto sagrado.

De acordo com a Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à sepultura, ao lugar de esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então receberão a recompensa. (Apocalipse 22:14).
Muitas das traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que elas significam.
As palavras Sheol em hebraico e Hades em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimento e castigo eterno.

Geena apenas figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias por causa do envolvimento da palavra nos acontecimentos anteriormente descritos.

Para entendermos melhor sobre o assunto, temos de analisar alguns pontos:

Quais as palavras hebraicas e gregas que foram impropriamente traduzidas por inferno;

O que significam estas palavras na língua original;

Analisar as dificuldades em bem traduzi-las.

“A doutrina de um inferno para tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças católicas”.

Correndo o risco de ser simplista, proponho uma ilustração para você meu leitor:

Digamos que uma pessoa cometeu muitos crimes: matou muitas pessoas, roubou, estuprou, etc. Ao chegar o dia de seu julgamento, o juiz resolve “absolver” o culpado. Logicamente isto iria provocar uma revolta enorme na população e iria incentivar ao crime e certamente acusariam o juiz de um tremendo sem vergonha.

Agora vejamos por outro ponto de vista. Suponhamos que o criminoso não seja absolvido e que o juiz o sentenciou à “tortura eterna”, através do fogo, queimando o assassino e o codenando a sofrer a dor por toda a sua existência. O que as pessoas e os meios de informação iriam dizer deste juiz? Que ele é um “tirano” e homicida, pior ainda do que o criminoso.

O mesmo se dá no trato de Deus com o ímpio. Se Deus não puní-los, os seres de outros mundos e os anjos não terão motivos para respeitar a Deus. Eles (outros seres) poderiam dizer:
“se eles pecam á vontade e não são punidos, então eu também posso pecar”!

Se o Senhor punir pessoas a uma “eternidade de sofrimento”, os anjos poderiam argumentar:
“Seria justo uma pessoa que pecou 70 anos (ou mais, depende do tempo de vida) ser condenado a uma eternidade de sofrimento?”
Os anjos e outros seres, inclusive nós, iríamos servir a Deus “por medo do tormento eterno” e não por amor.
Entendeu o problema? O caráter de Deus, que “é amor” (I João 4:8) e “justiça” (Salmo 71:19) jamais se harmonizaria com uma coisa dessas. Deus não tem prazer nem na morte do perverso, quanto mais em vê-lo sofrer pela eternidade! (Leia Ezequiel 18:23 e 32). Deus é bom até para com os ingratos e maus (Lucas 6:35).

Seríamos felizes no céu, se soubéssemos que algum parente ou filho nosso está queimando no “fogo do inferno”. Não. O céu seria triste se pudéssemos ouvir ou mesmo saber que algum querido nosso está ardendo em chamas. Como iríamos olhar para Deus? Com amor ou medo?

Graças a Deus por a Bíblia não pregar isto!

Se você que está lendo este texto ficou abalado ou confuso, saiba que esta não é minha intenção. Fico disponível para responder a todas as perguntas que me forem feitas. Aceito também as críticas, pois elas me fazem crescer e muitas vezes rever meus conceitos. Portanto, fique à vontade para questionar.

“Creia no Senhor sem medo...há mais nobreza nisso”

Que Deus continue nos abençoando.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"Esta mensagem é pra você?"


Por: Edson Moura

Estou interrompendo uma seqüência de mensagens onde eu expunha alguns líderes evangélicos que, a meu ver, praticam atos merecedores de denuncia. Faço isso porque desconfio que alguns irmãos que lêem essas mensagens devem ficar com algumas dúvidas ou acham que talvez eu estivesse dando um “tiro no pé”, falando contra a própria fé que eu defendo. Como disse A. W. Tozer: “O evangelho nunca sofre danos reais, ao menos que ele seja atacado por aqueles que o defende”. Desculpem-me os admiradores de Tozer, (e eu sou um deles) mas eu não concordo totalmente com essa afirmação.

Penso sim, que devamos fazer uso de nossa razão, para protestar contra atitudes que venham a envergonhar o verdadeiro Evangelho de Cristo. Homens deram suas cabeças para serem cortadas, acreditando num ideal, o ideal de Jesus. Mas o que está acontecendo hoje, é que estão destruindo com o verdadeiro motivo de Deus ter entregado seu filho Jesus, pra morrer por nossos pecados. E eu me nego a ficar calado diante das vergonhosas manipulações que líderes de muitos ministérios vêem praticando. “Protestar está em meu sangue!”

O que escrevo, pode parecer duro demais hoje, mas chegará um dia que muitos também vão aderir a esta forma de pensar. Isso vai acontecer não porque eu penso assim, mas sim porque o Senhor Jesus pensava dessa maneira. Vou dizer pra vocês leitores, para quem é que eu escrevo as minhas mensagens:
Escrevo minhas idéias (e muitas vezes nem sei se são minhas mesmo), com um público leitor específico em mente.Minhas mensagens não são para os superespirituais.

Não são para os cristãos musculosos que têm como herói, seus respectivos “apóstolos”, e não a Jesus o sofredor, o filho de Deus.

Não são para acadêmicos, que usam um linguajar que muitas vezes meus irmãos mais simples nem entendem, e vivem aprisionando Jesus na “torre de marfim” da exegese.

Não são para os místicos de capuz que querem mágica na sua religião e pensam que Deus só estará presente onde houver muitos sinais, fogo descendo do céu, gente caindo ao chão numa gritaria desordenada e “profecias”.

Não é para os cristãos "aleluia", que vivem apenas no alto da montanha e nunca visitaram o vale da desolação, que em minha opinião são as favelas, cortiços e cadeias, aonde nossos irmãos vão perecendo e cada vez mais, cultivam um ódio crescente contra seus pares.

Não são para os legalistas que se gabam com o jovem rico dos Evangelhos: "Guardo todos esses mandamentos desde a minha juventude", e que carregam sobre os ombros uma sacola de honras, diplomas e boas obras, crendo que efetivamente chegaram lá.

Não são para os destemidos que nunca choram, porque são: “Mais que vencedores”. E nessa busca por espiritualidade, acabaram perdendo sua sensibilidade com o drama do próximo.

Minhas mensagens são escritas para os dilapidados, os derrotados e os exauridos, sobrecarregados que vivem ainda mudando o peso da mala pesada de uma mão para a outra.

Elas são para os vacilantes e de joelhos fracos, que sabem que não se bastam de forma alguma e são orgulhosos demais para aceitar a esmola da graça admirável de Deus.

São para os discípulos inconsistentes e instáveis (como Pedro), cuja azeitona vive caindo para fora da empada.

São para homens e mulheres pobres, fracos e pecaminosos com falhas hereditárias e talentos limitados (assim como eu).

São para os recurvados e contundidos que sentem que sua vida é um grave desapontamento para Deus, e também para gente inteligente,que sabe que é estúpida, e para discípulos honestos que admitem que são canalhas.

A maior parte das minhas mensagens eu escrevo para mim mesmo, e para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho, inconformados com o que se tornou hoje....a “Pregação do Evangelho”

Conto a história daquele pecador notório, que foi excluído e proibido de entrar na igreja.

Ele levou as suas dores a Deus e disse:
— Eles não me deixam entrar, Senhor, porque sou um pecador.
— Do que é que você está reclamando? — Disse Deus. — Eles também não me deixam entrar.

Quando sou honesto comigo mesmo, admito que sou um amontoado de paradoxos. Creio e duvido, tenho esperança e sinto-me desencorajado, amo e odeio, sinto-me mal quando me sinto bem, sinto-me culpado por não me sentir culpado. Sou confiante e desconfiado. Honesto e ainda assim insincero.

Simplesmente sou um Cristão protestante!

Que nosso Deus continue me abençoando, com vocês na minha vida, meus irmãos em Cristo